STF: Indicações descaradamente políticas?

By | 06:48 Leave a Comment
                       
A Constituição brasileira, em seu artigo 101, expõe de forma clara que o Supremo Tribunal Federal, Corte maior do país, será composto por onze ministros, maiores de trinta e cinco e menores de sessenta e cinco anos de idade, com notável saber jurídico e reputação ilibada. O mesmo documento diz que o Presidente da República será o responsável por nomear tais cidadãos e posteriormente, os membros do Senado Federal irão aprovar ou não a escolha, através de sua maioria absoluta.

O Supremo Tribunal Federal é o órgão máximo da justiça, ele zela pelo respeito à Constituição do país .Nos últimos anos, no Brasil, a nomeação dos ministros do STF vem causando repudio à sociedade, uma vez que demonstra ser uma jogada puramente política. O chefe do executivo indica alguém que posteriormente possa vir a beneficiá-lo.É um total desrespeito a Carta Magna, que fixa outros critérios de nomeação e não tais vantagens.

Essa forma de indicação gera a desvirtualização da função do supremo, os julgados ficam à mercê do partidarismo e perdem a transparência. Os ministros criam uma espécie de dependência aos políticos que lhe indicam, não podem desapontar aqueles que lhes colocaram em um dos postos mais brilhantes da justiça do país; a conivência é o preço a ser pago.

O STF estava até então incompleto e  para suprir a vaga do ex-ministro do STJ, Joaquim Barbosa, a presidente Dilma Roussef indicou ao posto o jurista Luiz Edson Fachin. O mesmo ocupa atualmente uma cadeira na Academia Brasileira de Letras Jurídicas e leciona Direito Civil na Universidade do Paraná( UFPR).  Durante o mês de maio, ele foi sabatinado pela CCJ( Comissão de Constituição e Justiça) por 20 votos a 7 e passou por sabatina semelhante no plenário do Senado , onde obteve 52 votos favoráveis e 27 contrários.

A sua trajetória na seara jurídica é permeada por grandes polêmicas, tal jurista foi acusado de atuar, durante a década de 90 até 2006, concomitantemente nas funções de advogado e procurador do Paraná, conduta vedada pelo o ordenamento jurídico. Sua doutrina é inovadora , ele defende  o direito à pensão às amantes, o que sugere uma poligamia enrustida.

Fachin foi o quinto ministro a ser indicado pela atual presidente e essa indicação é alvo de severas críticas, pois demonstra um notório jogo de interesses. Em 2010 o mesmo declarou apoio a Dilma através de um discurso e até pediu votos em favor da candidata. Quem garante que essa indicação não isentará o partido em julgamento futuros? Resta apenas esperar pelo tempo.

Atualmente tramita uma PEC que retira a exclusividade do chefe do executivo em apontar os candidatos. O Presidente fará duas indicações  e a indicação de outros nove candidatos será feita pelo STJ, PGR, OAB,  Câmara dos Deputados e Senado Federal. A PEC 17/2011 visa acabar com a influência política nas decisões do STF. É uma forma de colocar em prática a independência dos três poderes e trazer equilíbrio na escolha dos ministros da Suprema Corte do país. Dessa forma, busca-se pela transparência de julgamento e efetividade da justiça.

                                                                         Nathana Almeida Côrtes


Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial

0 comentários: